Dúvida mortal
Acaba de ser publicado um trabalho considerado pelo site da Wired (1) como um dos mais importantes de 2011 e que trata de uma descoberta aterrorizante: cinco mutações bastavam para que o vírus H5N1 passasse a ser transmitido pelo ar. E isto já aconteceu. Uma gripe tão mortal causará uma pandemia (epidemia planetária), se puder ser transmitida por espirros e tosse.
Assim que o cientista Ron Fouchier (foto), do Erasmus Medical Centre, em Roterdã, Holanda, anunciou que havia identificado as mutações, surgiu a dúvida: publicá-las ou não? Temia-se que laboratórios produzissem a cepa com mutações para praticar o bioterrorismo (2) ou que um acidente ou falha na segurança das amostras resultasse em um vazamento do vírus letal para a atmosfera. Nos dois casos, terror e morte se seguiriam em todo o mundo.
(1) A Wired é uma revista norteamericana que trata de questões envolvendo a tecnologia e sua influência sobre a sociedade, a cultura, a economia e a política.
(2) Bioterrorismo é o ato de espalhar vírus ou bactérias, com a intenção de provocar doenças e a morte de pessoas, animais ou plantas. Laboratórios criminosos são capazes de fabricar vacinas e praticar o bioterrorismo, para obrigar os governos a comprá-las deles. Que mundo, não?…
(2) Bioterrorismo é o ato de espalhar vírus ou bactérias, com a intenção de provocar doenças e a morte de pessoas, animais ou plantas. Laboratórios criminosos são capazes de fabricar vacinas e praticar o bioterrorismo, para obrigar os governos a comprá-las deles. Que mundo, não?…
Depois de muita discussão, ficou decidida a publicação do trabalho, com todos os detalhes sobre as mutações. A esperança dos cientistas é que a divulgação possibilite a fabricação de vacinas e uma investigação das mutações existentes, para verificar se alguma cepa na natureza possuía alguma das mutações necessárias. Avalia-se que, se alguém for infectado por uma versão com duas das mutações, nos cinco dias de infecção normal, as outras três mutações poderiam ocorrer, e o vírus poderia passar a ser transmitido por espirro e tosse.
Família complicada
O Influenza A (foto microscópica) é uma “família” de vírus que ataca aves e alguns mamíferos. Os membros desta “família” recebem um nome relacionado à hemaglutinina (H) e à neuraminidase (N) específicas. Existem 17 diferentes hemaglutininas, de H1 a H17, e 9 diferentes neuraminidases, de N1 a N9. A gripe suína tem a hemaglutinina tipo 1 e a neuraminidase também tipo 1 e, por isto, sua nomenclatura é H1N1. Mas continua sendo um vírus Influenza A. Diferentes combinações H e N resultam em vírus que podem ser mais ou menos perigosos e que atacam uma ou várias espécies. O vírus H5N1, da gripe aviária, por enquanto é bastante perigoso para aves, tendo matado milhões delas. Também é letal para seres humanos, mas não tão perigoso, porque (ainda) não é transmitido por via aérea. E Deus queira que não seja nunca…
Os sintomas
Febre, tosse, dor de garganta, dores musculares, conjuntivite e, em casos severos, problemas respiratórios e pneumonia, que – dependendo do sistema imunológico do paciente – pode levar a óbito. Aliás, a severidade da infecção, de modo geral, depende do estado do sistema imunológico da pessoa infectada. Depende também se ela já havia sido exposta ao vírus anteriormente, porque isto a deixaria parcialmente imune, funcionando como uma espécie de vacina. Ainda não se sabe se a versão para humanos apresentará outros sintomas. Por enquanto, o vírus que está causando mais problemas é o da gripe suína, a H1N1, que já está causando mortes também neste inverno. Fique alerta aos sintomas desta gripe e não deixe de se vacinar.
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